Ano: 2018 | Editora: Raising Legends | Review por: Guilherme Lucas
“Os Nine O Nine são uma banda que congrega personalidades carismáticas de um certo underground nacional (…) e que pressupõe a conquista de espaços maiores muito para além do underground, com públicos mais diversificados.”
“Os Nine O Nine são uma banda que congrega personalidades carismáticas de um certo underground nacional (…) e que pressupõe a conquista de espaços maiores muito para além do underground, com públicos mais diversificados.”
The Time is Now, nome do álbum de estreia dos lisboetas Nine O Nine, é um trabalho muito interessante desta nova banda e que merece ser analisado e escutado dentro de certos parâmetros musicais (e até de marketing), confirmando desde já duas coisas relevantes: uma grande voz do seu vocalista e baixista Sérgio Duarte; muito talentosa e imponente e que surpreende pela sua excelência a todos os níveis (onde andava esta voz, que é preciosa, é a pergunta que se impõe). A outra refere-se ao enorme trabalho, de grande qualidade, na guitarra elétrica e respetivos arranjos de Tó Pica, que, juntamente com os vocais, são muito cativantes.
Os Nine O Nine são uma banda que congrega personalidades carismáticas de um certo underground nacional dentro do rock/metal de teor melódico e com grandes refrões de cariz pop, e que pressupõe a conquista de espaços maiores muito para além do underground, com públicos mais diversificados. Aparentam ser o caso típico de banda congregada para atingir todo o espaço radiofónico possível, e por consequência a partir daí atingir muitos outros meios que permitam uma maior exposição pública e mediática. É provável, considerando o que nos foi permitido escutar neste seu primeiro trabalho, que se isso não vier a ocorrer será mais por questões de falhanço de marketing, e não necessariamente pela ausência de músicas capazes de obter sucesso e imenso airplay dentro do campeonato radiofónico e até televisivo. Isto porque, de uma forma geral, The Time is Now revela ter bastantes alternativas, dentro de um espetro musical que é algo comercial, mas com uma postura underground. Há muito nele do rock alternativo de maior sucesso dos anos 90-00 (Alice in Chains, Linkin Park ou até The Cult), bem como outras sonoridades que remetem para o thrash metal (em The Rush), o industrial ou até alguma eletrónica muito subtil com teclas e sintetizadores. Tudo isto é, de alguma forma, excelentemente trabalhado de forma a conseguir obter um som personalizado para a banda.
Todos os temas do álbum são dignos de escuta atenta, mas em particular Beauty Femme, uma perfeita canção, enorme. A curiosidade recai também na versão de Never Let Me Down Again, dos Depeche Mode, extremamente bem conseguida e que surpreende pelo bom gosto. A produção e a masterização do álbum é simplesmente excelente e dá que pensar um pouco, no sentido do que de muito bom já se consegue atingir hoje em dia no nosso país a este nível. Toda a parte gráfica do trabalho também é muito boa e cuidada, revelando a enorme preocupação da banda em oferecer um trabalho de enorme qualidade em todos os quadrantes possíveis, não só passando pela imagem da banda (algo pós-apocalíptica, à Mad Max, nos seus registos em vídeos oficiais), mas também de tudo o que é uma extensão da mesma. Tudo isso é plenamente conseguido.
Dentro do género musical em que se situa, The Time is Now é muito bom e só não é excelente por causa do alinhamento dos seus temas, que peca por oferecer a sensação clara de repetição de ambientes ou até mesmo a ideia de músicas seguidas algo iguais e repetitivas. Outra coisa que parece desnecessária é o exagero do coro berrado de The Way Back Home; o coro está muito bem executado mas completamente desajustado da intensidade da música. Essencialmente são só estes dois pontos menos positivos que se encontram em todo o álbum, embora esta posição seja exclusivamente de gosto pessoal. Quando um trabalho está tão bem elaborado dentro de uma fasquia comercialmente elevada, como é o presente caso, estes pequenos pormenores são o que resta para assinalar o que ficou a faltar para se atingir a excelência.
Os Nine O Nine são uma banda que congrega personalidades carismáticas de um certo underground nacional dentro do rock/metal de teor melódico e com grandes refrões de cariz pop, e que pressupõe a conquista de espaços maiores muito para além do underground, com públicos mais diversificados. Aparentam ser o caso típico de banda congregada para atingir todo o espaço radiofónico possível, e por consequência a partir daí atingir muitos outros meios que permitam uma maior exposição pública e mediática. É provável, considerando o que nos foi permitido escutar neste seu primeiro trabalho, que se isso não vier a ocorrer será mais por questões de falhanço de marketing, e não necessariamente pela ausência de músicas capazes de obter sucesso e imenso airplay dentro do campeonato radiofónico e até televisivo. Isto porque, de uma forma geral, The Time is Now revela ter bastantes alternativas, dentro de um espetro musical que é algo comercial, mas com uma postura underground. Há muito nele do rock alternativo de maior sucesso dos anos 90-00 (Alice in Chains, Linkin Park ou até The Cult), bem como outras sonoridades que remetem para o thrash metal (em The Rush), o industrial ou até alguma eletrónica muito subtil com teclas e sintetizadores. Tudo isto é, de alguma forma, excelentemente trabalhado de forma a conseguir obter um som personalizado para a banda.
Todos os temas do álbum são dignos de escuta atenta, mas em particular Beauty Femme, uma perfeita canção, enorme. A curiosidade recai também na versão de Never Let Me Down Again, dos Depeche Mode, extremamente bem conseguida e que surpreende pelo bom gosto. A produção e a masterização do álbum é simplesmente excelente e dá que pensar um pouco, no sentido do que de muito bom já se consegue atingir hoje em dia no nosso país a este nível. Toda a parte gráfica do trabalho também é muito boa e cuidada, revelando a enorme preocupação da banda em oferecer um trabalho de enorme qualidade em todos os quadrantes possíveis, não só passando pela imagem da banda (algo pós-apocalíptica, à Mad Max, nos seus registos em vídeos oficiais), mas também de tudo o que é uma extensão da mesma. Tudo isso é plenamente conseguido.
Dentro do género musical em que se situa, The Time is Now é muito bom e só não é excelente por causa do alinhamento dos seus temas, que peca por oferecer a sensação clara de repetição de ambientes ou até mesmo a ideia de músicas seguidas algo iguais e repetitivas. Outra coisa que parece desnecessária é o exagero do coro berrado de The Way Back Home; o coro está muito bem executado mas completamente desajustado da intensidade da música. Essencialmente são só estes dois pontos menos positivos que se encontram em todo o álbum, embora esta posição seja exclusivamente de gosto pessoal. Quando um trabalho está tão bem elaborado dentro de uma fasquia comercialmente elevada, como é o presente caso, estes pequenos pormenores são o que resta para assinalar o que ficou a faltar para se atingir a excelência.