Um dos baixistas mais reconhecidos da música extrema nacional partilha as suas escolhas.
Rot - Cruel Face of Life (1994, Morbid Records)
Numa altura que já consumia avidamente alguns subgéneros e vertentes mais desviantes e marginalizadas do metal... este disco dos brasileiros Rot conseguiu golpear-me sem aviso prévio, provocando-me um misto de perplexidade com júbilo sem paralelo. Inicialmente estranhei, depois foi-se entranhando e assumiu-se como o retirar da cavilha definitivo que despoletou toda a génese da minha ambição de vir a formar uma banda.
Era como que se o seu cariz bruto, minimal, directo, despido de quaisquer artefactos redundantes e incessantemente conspurcado por uma sujidade agonizantemente lo-fi me tivesse feito crer e ver claramente que mesmo com os meus parcos conhecimentos musicais eu poderia conseguir vir a conceber algum projecto do género. Acabei por nunca fazer nada de sonoridade mesmo similar, mas foi uma importante influência não só musical mas também para o tal espicaçar final, de pegar num instrumento e começar a experimentar algo. Há cerca de 2 anos (20 depois de o ter adquirido) tive finalmente a oportunidade de partilhar palco com alguns dos mentores deste disco de culto em São Paulo (de onde são oriundos) e comungar com eles parte do contexto e locais que arquitectaram o seu conceito.
Numa altura que já consumia avidamente alguns subgéneros e vertentes mais desviantes e marginalizadas do metal... este disco dos brasileiros Rot conseguiu golpear-me sem aviso prévio, provocando-me um misto de perplexidade com júbilo sem paralelo. Inicialmente estranhei, depois foi-se entranhando e assumiu-se como o retirar da cavilha definitivo que despoletou toda a génese da minha ambição de vir a formar uma banda.
Era como que se o seu cariz bruto, minimal, directo, despido de quaisquer artefactos redundantes e incessantemente conspurcado por uma sujidade agonizantemente lo-fi me tivesse feito crer e ver claramente que mesmo com os meus parcos conhecimentos musicais eu poderia conseguir vir a conceber algum projecto do género. Acabei por nunca fazer nada de sonoridade mesmo similar, mas foi uma importante influência não só musical mas também para o tal espicaçar final, de pegar num instrumento e começar a experimentar algo. Há cerca de 2 anos (20 depois de o ter adquirido) tive finalmente a oportunidade de partilhar palco com alguns dos mentores deste disco de culto em São Paulo (de onde são oriundos) e comungar com eles parte do contexto e locais que arquitectaram o seu conceito.
Type O Negative - October Rust (1996, Roadrunner Records)
Apesar de ter tido um contacto prévio fugaz com o "Slow, Deep and Hard", para mim este álbum foi indubitavelmente a obra incontornável de TON e é muito provavelmente o álbum que mais vezes ouvi e que ainda visito recorrentemente sem que o mesmo tenha atingido qualquer nível de saturação.
Todas estas características só por si o tornam único e fazem-no ocupar um lugar singular na minha playlist de sempre.
Tenho pena de só em 2007 os ter visto ao vivo (no Coliseu de Lisboa) numa fase já descendente e definhante em relação ao vigor de palco e brilhantismo de outrora, contudo não deixou de ser mágico e de ter proporcionado momentos que, estou em crer, permanecerão marcados indelevelmente na memória.
À semelhança da escolha anterior, tive o ano passado a oportunidade de tocar nalgumas das venues em Brooklyn - NY que fizeram parte do percurso e imaginário da formação de Type O e absorver parte da aura que eventualmente os inspirou a compor este marco musical absoluto.
Apesar de ter tido um contacto prévio fugaz com o "Slow, Deep and Hard", para mim este álbum foi indubitavelmente a obra incontornável de TON e é muito provavelmente o álbum que mais vezes ouvi e que ainda visito recorrentemente sem que o mesmo tenha atingido qualquer nível de saturação.
Todas estas características só por si o tornam único e fazem-no ocupar um lugar singular na minha playlist de sempre.
Tenho pena de só em 2007 os ter visto ao vivo (no Coliseu de Lisboa) numa fase já descendente e definhante em relação ao vigor de palco e brilhantismo de outrora, contudo não deixou de ser mágico e de ter proporcionado momentos que, estou em crer, permanecerão marcados indelevelmente na memória.
À semelhança da escolha anterior, tive o ano passado a oportunidade de tocar nalgumas das venues em Brooklyn - NY que fizeram parte do percurso e imaginário da formação de Type O e absorver parte da aura que eventualmente os inspirou a compor este marco musical absoluto.
Carcass - Symphonies of Sickness (1989, Earache Records)
Muitas são as bandas cuja discografia se bifurca em fases distintas.
Poucas são aquelas que tem a capacidade de nos deixar na dúvida de qual a fase nos cativa mais.
Carcass é uma dessas bandas. Se me marcaram os primórdios e todo o cariz pioneiro assumido numa diversidade de aspectos (morbidez lírica, imagética forte, sonoridade inovadora, ideologia e conceito) que eventualmente atingiram o seu ponto alto em "Necroticism - Descanting the Insalubrious", adoro em igual medida toda a fase iniciada pelo "Heartwork" que a meu ver é musicalmente magnífico e foi igualmente revolucionário na forma como incorporou riffs mais melódicos no DM.
Muitas são as bandas cuja discografia se bifurca em fases distintas.
Poucas são aquelas que tem a capacidade de nos deixar na dúvida de qual a fase nos cativa mais.
Carcass é uma dessas bandas. Se me marcaram os primórdios e todo o cariz pioneiro assumido numa diversidade de aspectos (morbidez lírica, imagética forte, sonoridade inovadora, ideologia e conceito) que eventualmente atingiram o seu ponto alto em "Necroticism - Descanting the Insalubrious", adoro em igual medida toda a fase iniciada pelo "Heartwork" que a meu ver é musicalmente magnífico e foi igualmente revolucionário na forma como incorporou riffs mais melódicos no DM.