Foto: Luís Martins
É difícil estar a par de todo o trabalho de Ricardo Martins que, para além de um extenso trabalho a solo, já emprestou as suas baquetas a bandas como Lobster, Adorno, Jibóia e inúmeras outras (este ano andará em tour com Jibóia, Bruxas/Cobras e Pop Dell'Arte). Apesar de uma abordagem claramente marcada pelo rock, o gosto pela variação denota um interesse por outros mundos. Perguntámos-lhe, portanto, os 3 discos que mais influenciaram a sua relação com a bateria.
Miles Davis - Bitches Brew (1970, Columbia Records)
Quando a Portuguese Distortion me pediu o que vos escrevo, estava de partida para Angola (com a peça que tenho o prazer de musicar). Nas muitas horas de viagem e entre filmes manhosos em catadupa, esteve, como está desde há muito o Bitches Brew do Miles Davis. É daqueles discos que quando ouvi em puto me assaltou e desmontou a maneira como via música, não percebi bem o que estava por lá mas havia um magnetismo estranho. É provavelmente o disco que mais vezes ouvi.
Quando a Portuguese Distortion me pediu o que vos escrevo, estava de partida para Angola (com a peça que tenho o prazer de musicar). Nas muitas horas de viagem e entre filmes manhosos em catadupa, esteve, como está desde há muito o Bitches Brew do Miles Davis. É daqueles discos que quando ouvi em puto me assaltou e desmontou a maneira como via música, não percebi bem o que estava por lá mas havia um magnetismo estranho. É provavelmente o disco que mais vezes ouvi.
Botch - An Anthology of Dead Ends (2002, Hydra Head Records)
Estava no início do secundário quando colei no "We are the Romans". A banda tinha tudo o que eu queria ouvir. O "An Anthology of Dead Ends" surge um pouco depois com um sentido mais apurado de onde e como aplicar pressão nas músicas.
Estava no início do secundário quando colei no "We are the Romans". A banda tinha tudo o que eu queria ouvir. O "An Anthology of Dead Ends" surge um pouco depois com um sentido mais apurado de onde e como aplicar pressão nas músicas.
Max Roach - Drums Unlimited (1966, Atlantic Records)
O Max Roach mostra um lado muitas vezes esquecido na bateria. Uma dimensão melódica, que está para além do ritmo e que abandona o lado puramente de acompanhamento. Do "Drums Unlimited" (com bonita versão mono) adoro a linguagem, a fluidez. Gosto de não ser demasiado polido, de oscilar, das dinâmicas terem momentos um pouco off, dos sobressaltos. A composição é rica mas é o lado humano nas músicas que acho inspirador.
O Max Roach mostra um lado muitas vezes esquecido na bateria. Uma dimensão melódica, que está para além do ritmo e que abandona o lado puramente de acompanhamento. Do "Drums Unlimited" (com bonita versão mono) adoro a linguagem, a fluidez. Gosto de não ser demasiado polido, de oscilar, das dinâmicas terem momentos um pouco off, dos sobressaltos. A composição é rica mas é o lado humano nas músicas que acho inspirador.