O vocalista dos For The Glory conta-nos como é que se rendeu ao hardcore punk e revela "o" disco que levou à criação da banda.
Pennywise - About Time (1995, Epitaph Records)
Cresci com acesso a pouca coisa de música. Digamos que os meus pais não eram daqueles que tinham discos de Led Zeppelin nas suas coleções, aliás a coleção de vinil dos meus pais era assim meio bipolar. No meio de Viva Channel, MTV, etc, fui ganhando um gosto por outros sons (Nirvanas, Green Days, Offspring, etc), e é aqui que acho que começo a adquirir o gosto pelo punk/core.
O meu tio trabalhava numa empresa de distribuição e trazia-me alguns CDs para eu ouvir, os que ele achava que tinham capas agressivas, ele trazia. Lembro-me que trouxe Pennywise (“About Time”), Bad Religion (“Suffer”), NOFX (“The Longest Line EP”), Samael (“Ceremony Of Opposites”) e mais umas cenas de metal. E foi nesse momento que decidi o que queria ouvir e do que gostava. Sem dúvida que as cenas rápidas e o feeling punk ganhou. Este disco de Pennywise mudou a minha vida, assim como o “Suffer” dos Bad Religion, porque foi o meu grande encontro com o punk rock. Depois disso fui pesquisar e descobrir outras coisas, mas já lá chegamos...
Cresci com acesso a pouca coisa de música. Digamos que os meus pais não eram daqueles que tinham discos de Led Zeppelin nas suas coleções, aliás a coleção de vinil dos meus pais era assim meio bipolar. No meio de Viva Channel, MTV, etc, fui ganhando um gosto por outros sons (Nirvanas, Green Days, Offspring, etc), e é aqui que acho que começo a adquirir o gosto pelo punk/core.
O meu tio trabalhava numa empresa de distribuição e trazia-me alguns CDs para eu ouvir, os que ele achava que tinham capas agressivas, ele trazia. Lembro-me que trouxe Pennywise (“About Time”), Bad Religion (“Suffer”), NOFX (“The Longest Line EP”), Samael (“Ceremony Of Opposites”) e mais umas cenas de metal. E foi nesse momento que decidi o que queria ouvir e do que gostava. Sem dúvida que as cenas rápidas e o feeling punk ganhou. Este disco de Pennywise mudou a minha vida, assim como o “Suffer” dos Bad Religion, porque foi o meu grande encontro com o punk rock. Depois disso fui pesquisar e descobrir outras coisas, mas já lá chegamos...
X Acto / Inkisição – s/t split (1993, Slime Records)
Se o disco acima e os que descrevi foram a minha porta para uma escolha em termos de música que gostava, ter como vizinho da frente o Rattus dos Albert Fish foi a minha porta para os meandros do punk hardcore. Através dele consegui ter acesso a todas as bandas que faziam furor na altura dentro do espectro dos estilos supramencionados.
Quando me deu a conhecer o disco split entre as duas bandas eu fiquei maravilhado. Este foi o disco que me levou a querer conhecer tudo o que havia sobre hardcore, conhecer as ideias e os estilos de vida que se inserem no movimento.
Foi a minha base para me construir enquanto pessoa, acho que depois de ter o “Harmony as One” e o split com Ignite a minha vida ganhou um novo rumo. Depois o salto até chegar aos Gorilla Biscuits, Youth Of Today, etc foi fácil. As letras inteligentes e com as quais me identificava estavam todas nos discos que fui agarrando na altura, agora podem ser todas um cliché gigante, mas na altura para um miúdo de 14 anos tudo fazia sentido. Queria mudar o mundo, queria ser eu, queria sentir que o meu lugar era mais do que apenas um miúdo de rua e foi isso que me fez agarrar aquelas letras e aquelas ideias com afinco. Eventualmente acabei por mudar um pouco e perceber que nem tudo tem de ser tão “tanto ao mar ou tanto à terra”. Guardo excelentes momentos deste meu processo de educação, as ruas, as letras dos discos, as fanzines e a arte de outros foram a minha escola para me tornar no que sou hoje. Não me arrependo de nada.
Se o disco acima e os que descrevi foram a minha porta para uma escolha em termos de música que gostava, ter como vizinho da frente o Rattus dos Albert Fish foi a minha porta para os meandros do punk hardcore. Através dele consegui ter acesso a todas as bandas que faziam furor na altura dentro do espectro dos estilos supramencionados.
Quando me deu a conhecer o disco split entre as duas bandas eu fiquei maravilhado. Este foi o disco que me levou a querer conhecer tudo o que havia sobre hardcore, conhecer as ideias e os estilos de vida que se inserem no movimento.
Foi a minha base para me construir enquanto pessoa, acho que depois de ter o “Harmony as One” e o split com Ignite a minha vida ganhou um novo rumo. Depois o salto até chegar aos Gorilla Biscuits, Youth Of Today, etc foi fácil. As letras inteligentes e com as quais me identificava estavam todas nos discos que fui agarrando na altura, agora podem ser todas um cliché gigante, mas na altura para um miúdo de 14 anos tudo fazia sentido. Queria mudar o mundo, queria ser eu, queria sentir que o meu lugar era mais do que apenas um miúdo de rua e foi isso que me fez agarrar aquelas letras e aquelas ideias com afinco. Eventualmente acabei por mudar um pouco e perceber que nem tudo tem de ser tão “tanto ao mar ou tanto à terra”. Guardo excelentes momentos deste meu processo de educação, as ruas, as letras dos discos, as fanzines e a arte de outros foram a minha escola para me tornar no que sou hoje. Não me arrependo de nada.
Terror – Lowest Of The Low (2003, Bridge 9 Records)
Estávamos em 2003 e em tour com outra banda já extincta.
Após um concerto na Holanda na zona de Heerlen, que foi o primeiro concerto de sempre de Terror na Europa, não conseguimos ficar indiferentes. A caminho de outra data dentro da carrinha, concordámos que assim que chegássemos a casa iriamos fazer uma banda nova com a agressividade e a crueza do que tínhamos presenciado na Holanda. Assim nasceu FTG... Possivelmente se não fosse aquele concerto, hoje não haveria banda e não estaríamos a fazer esta rubrica.
Estávamos em 2003 e em tour com outra banda já extincta.
Após um concerto na Holanda na zona de Heerlen, que foi o primeiro concerto de sempre de Terror na Europa, não conseguimos ficar indiferentes. A caminho de outra data dentro da carrinha, concordámos que assim que chegássemos a casa iriamos fazer uma banda nova com a agressividade e a crueza do que tínhamos presenciado na Holanda. Assim nasceu FTG... Possivelmente se não fosse aquele concerto, hoje não haveria banda e não estaríamos a fazer esta rubrica.