“ Não estamos adormecidos… isso é certo.”
Entrevista por: Lisandro Jesus
Entrevista por: Lisandro Jesus
Jorge, a noite de 19 de outubro foi tudo menos uma noite comum. O Rivoli assistiu a uma noite de heavy metal como nunca se viu. Como é que te sentiste durante o concerto? Conta-nos um pouco sobre esta experiência.
Senti-me "ligado à corrente" (risos). Foi uma noite bastante agradável. Acho que deu para perceber pela reação do público, bastante participativo, penso que todos os intervenientes neste "Porto Best Of" devem estar satisfeitos com a afluência e com o ambiente sentido no Rivoli. Se atendermos ao facto do público estar sentado, foi de louvar a atitude e o apoio, simplesmente fantásticos. Pisar um palco é sempre especial, seja em que circunstâncias forem, neste caso ainda mais, já que reinterpretámos músicas que marcaram a nossa carreira musical.
O Kingdom of Lusitania é visto, ainda hoje, como um dos melhores álbuns de heavy metal nacional. Qual é a diferença e o sentimento para ti, 26 anos depois?
Bem, há diferenças óbvias e naturais. Após duas décadas e meia desde a edição deste disco é evidente que muitas coisas mudaram, não posso negar que sinto as músicas de forma diferente, sendo que o grau de exigência é enorme e por isso a minha postura é sempre a melhor possível. Admito que o sentimento é de alguma nostalgia.
Os Tarantula estiveram em destaque na RTP 2, tanto no programa de Álvaro Costa, o Portugal 3.0, como no Jornal da 2. Assim como também na TSF e Alta Tensão da Antena 3, nessa mesma semana. É sem dúvida bom para vocês terem um bocadinho de protagonismo nos tempos de hoje e é sem qualquer dúvida que o merecem. Será isto bom para vocês, para ganharem novos adeptos do vosso som? E não achas que os Tarantula já deveriam ter lançado um novo álbum? Ele ainda está para vir?
Obrigado. É sempre positivo quando estão interessados na tua música e te convidam para participar num evento deste género. Foi gratificante a nossa súbita reaparição, é fantástico sentires tanto carinho e apoio dos teus fans e do público em geral. Claro que é sempre bom chegares a mais pessoas, o “efeito-surpresa” está a ser excelente, eu sinceramente não estava à espera. Oxalá que esta corrente continue a contagiar o público e o meio musical, para que outras bandas possam igualmente ter a oportunidade de aparecer.
Bem, talvez, mas somos uma banda habituada a fazer música sem pressões, demore o tempo que demorar. Temos todas as condições para o fazer quando acharmos necessário. Se tal vier a acontecer, será com naturalidade e sem pressa. Não estamos adormecidos… isso é certo.
Depois deste tempo todo, qual foi a malha do Kingdom of Lusitania, que mais te custou interpretar? Ainda estava tudo afinadinho, depois de 26 anos (risos)?
Todas (risos)! Estamos a falar de temas que já não tocávamos há imenso tempo, a maioria há mais de 20 anos, exceto o "End of the Rainbow" que por vezes faz parte da nossa setlist. São músicas muito intensas e que exigem muito de nós, portanto recuperá-las tem sido um desafio. Considero que é um trabalho contínuo para as fazer soar melhor à medida que as vamos tocando, claro.
Como última pergunta (dois em um), gostava que me falasses um pouco das tuas inspirações na música. Tens alguma(s) em especial ? E como vês o heavy metal nacional nos tempos de hoje.
As minhas inspirações… bem, assim de repente, devo dizer que cantar com estes três grandes Amigos de longa data e excelentes músicos que são o Luís Barros, o Paulo Barros e o Zé Aguiar, além de ser um grande privilégio, são para mim uma autêntica fonte de inspiração. Digo isto com toda a sinceridade e honestidade e creio que isso é inegável nas minhas motivações musicais.
Eu cresci a ouvir música desde cedo, de vários géneros, desde música clássica, rock progressivo, pop, soul, funk, new wave, punk, etc... isso de certa forma deu-me uma perspetiva bastante alargada em termos musicais. Quando descobri o hard rock/heavy-metal senti realmente algo especial, acho que pela intensidade, pela rebeldia e pelas vocalizações incríveis. Há bandas que me marcaram; Yes, Uriah Heep, Black Sabbath, Deep Purple, Rainbow, Judas Priest, Iron Maiden e Saxon...etc. Algumas vozes que aprecio; Glenn Hughes, Ronnie James Dio, David Coverdale, Ian Gillan, Ray Gillen, Robert Plant, Robert Halford, Bruce Dickinson, Peter "Biff" Byford, Geoff Tate...
Mas gosto de outras vozes, de músicas e de estilos diferentes. No fundo, acho que todos somos influenciados e inspirados, de certa forma, por algo que nos “toque” positivamente.
Quanto à segunda questão: já o disse por diversas vezes, acho que existem excelentes bandas (como sempre), com condições para fazer algo de especial neste meio musical tão pequeno e que, pela sua qualidade, podem igualmente "dar o salto" além-fronteiras. Por cá, continuam a realizar-se festivais com inúmeras bandas (nacionais e não só), alguns já com uma projeção interessante. Hoje em dia as plataformas de promoção e divulgação são diversificadas, há maior visibilidade, a internet é realmente uma “montra” e isso é sempre uma boa ajuda, ainda que por vezes não seja suficiente, é preciso continuar a batalhar, nunca foi nem será fácil. Acredito no valor dos músicos portugueses, nas novas gerações, assim como nas bandas mais antigas, que continuam a "trilhar o seu caminho”, por tudo isto, o meio musical tem estado agitado e ainda bem.
Senti-me "ligado à corrente" (risos). Foi uma noite bastante agradável. Acho que deu para perceber pela reação do público, bastante participativo, penso que todos os intervenientes neste "Porto Best Of" devem estar satisfeitos com a afluência e com o ambiente sentido no Rivoli. Se atendermos ao facto do público estar sentado, foi de louvar a atitude e o apoio, simplesmente fantásticos. Pisar um palco é sempre especial, seja em que circunstâncias forem, neste caso ainda mais, já que reinterpretámos músicas que marcaram a nossa carreira musical.
O Kingdom of Lusitania é visto, ainda hoje, como um dos melhores álbuns de heavy metal nacional. Qual é a diferença e o sentimento para ti, 26 anos depois?
Bem, há diferenças óbvias e naturais. Após duas décadas e meia desde a edição deste disco é evidente que muitas coisas mudaram, não posso negar que sinto as músicas de forma diferente, sendo que o grau de exigência é enorme e por isso a minha postura é sempre a melhor possível. Admito que o sentimento é de alguma nostalgia.
Os Tarantula estiveram em destaque na RTP 2, tanto no programa de Álvaro Costa, o Portugal 3.0, como no Jornal da 2. Assim como também na TSF e Alta Tensão da Antena 3, nessa mesma semana. É sem dúvida bom para vocês terem um bocadinho de protagonismo nos tempos de hoje e é sem qualquer dúvida que o merecem. Será isto bom para vocês, para ganharem novos adeptos do vosso som? E não achas que os Tarantula já deveriam ter lançado um novo álbum? Ele ainda está para vir?
Obrigado. É sempre positivo quando estão interessados na tua música e te convidam para participar num evento deste género. Foi gratificante a nossa súbita reaparição, é fantástico sentires tanto carinho e apoio dos teus fans e do público em geral. Claro que é sempre bom chegares a mais pessoas, o “efeito-surpresa” está a ser excelente, eu sinceramente não estava à espera. Oxalá que esta corrente continue a contagiar o público e o meio musical, para que outras bandas possam igualmente ter a oportunidade de aparecer.
Bem, talvez, mas somos uma banda habituada a fazer música sem pressões, demore o tempo que demorar. Temos todas as condições para o fazer quando acharmos necessário. Se tal vier a acontecer, será com naturalidade e sem pressa. Não estamos adormecidos… isso é certo.
Depois deste tempo todo, qual foi a malha do Kingdom of Lusitania, que mais te custou interpretar? Ainda estava tudo afinadinho, depois de 26 anos (risos)?
Todas (risos)! Estamos a falar de temas que já não tocávamos há imenso tempo, a maioria há mais de 20 anos, exceto o "End of the Rainbow" que por vezes faz parte da nossa setlist. São músicas muito intensas e que exigem muito de nós, portanto recuperá-las tem sido um desafio. Considero que é um trabalho contínuo para as fazer soar melhor à medida que as vamos tocando, claro.
Como última pergunta (dois em um), gostava que me falasses um pouco das tuas inspirações na música. Tens alguma(s) em especial ? E como vês o heavy metal nacional nos tempos de hoje.
As minhas inspirações… bem, assim de repente, devo dizer que cantar com estes três grandes Amigos de longa data e excelentes músicos que são o Luís Barros, o Paulo Barros e o Zé Aguiar, além de ser um grande privilégio, são para mim uma autêntica fonte de inspiração. Digo isto com toda a sinceridade e honestidade e creio que isso é inegável nas minhas motivações musicais.
Eu cresci a ouvir música desde cedo, de vários géneros, desde música clássica, rock progressivo, pop, soul, funk, new wave, punk, etc... isso de certa forma deu-me uma perspetiva bastante alargada em termos musicais. Quando descobri o hard rock/heavy-metal senti realmente algo especial, acho que pela intensidade, pela rebeldia e pelas vocalizações incríveis. Há bandas que me marcaram; Yes, Uriah Heep, Black Sabbath, Deep Purple, Rainbow, Judas Priest, Iron Maiden e Saxon...etc. Algumas vozes que aprecio; Glenn Hughes, Ronnie James Dio, David Coverdale, Ian Gillan, Ray Gillen, Robert Plant, Robert Halford, Bruce Dickinson, Peter "Biff" Byford, Geoff Tate...
Mas gosto de outras vozes, de músicas e de estilos diferentes. No fundo, acho que todos somos influenciados e inspirados, de certa forma, por algo que nos “toque” positivamente.
Quanto à segunda questão: já o disse por diversas vezes, acho que existem excelentes bandas (como sempre), com condições para fazer algo de especial neste meio musical tão pequeno e que, pela sua qualidade, podem igualmente "dar o salto" além-fronteiras. Por cá, continuam a realizar-se festivais com inúmeras bandas (nacionais e não só), alguns já com uma projeção interessante. Hoje em dia as plataformas de promoção e divulgação são diversificadas, há maior visibilidade, a internet é realmente uma “montra” e isso é sempre uma boa ajuda, ainda que por vezes não seja suficiente, é preciso continuar a batalhar, nunca foi nem será fácil. Acredito no valor dos músicos portugueses, nas novas gerações, assim como nas bandas mais antigas, que continuam a "trilhar o seu caminho”, por tudo isto, o meio musical tem estado agitado e ainda bem.