Texto: Filipe Fernandes
Fotos: João Forte
A festa começou com o grindcore sujo, caótico e sem merdas dos Back Alley Lobotomy, da casa, trazendo consigo o barulho infernal do ghetto, abrindo as honras do evento. Aos poucos, o público respondeu movido pelos riffs, blast beats e pelos gritos enfurecidos, aglomerando-se em frente do palco para se juntarem ao protesto anti-som, onde progressivamente se foi instaurando a confusão.
Tendo lançado recentemente um split com Disfigured Human Mind, deram o aquecimento ideal ao que viria a ser uma noite em grande.
Seguiram-se os ChaosxA.D. que subiram até à invicta para distribuírem uma boa dose de “chapada e berraria à Caldas!”, esmagando o pessoal com o seu crust rápido e energético que não deixou a malta indiferente, havendo várias exibições de encontrões e saltos entre os presentes que afirmavam a sua presença e entusiasmo, vibrando com o seu som rápido e distorcido. Num concerto onde os ânimos se começaram a erguer, foi notória a energia partilhada entre todos os presentes e, à medida que a noite avançava, essa boa tensão foi aumentando.
Without Face subiram ao palco e mostraram que o punk não está morto. Vindos de Braga, carregaram consigo um dos gigs mais envolventes da noite, criando momentos de simbiose única quando o palco é invadido por magotes a berrarem o refrão da “DIY or Die” enquanto os restantes não davam sossego ao chão, exibindo demonstrações energéticas, não deixando ninguém indiferente.
Sem precisar de grandes introduções vieram fechar a noite os Come Cacos, diretamente de Ovar de regresso ao Porto onde são sempre bem recebidos. Não hesitaram na hora de subir ao palco, quando começaram cuspir os seus protestos sempre com a típica atitude misantrópica e niilista do frontman que não teve problemas nenhuns em atirar com o micro para se juntar ao caos do mosh que abalava o Metalpoint. Mais uma vez a união fez-se sentir quando o público começa a cantar a sua famosa música “Quarta-Feira”, criando assim um ambiente único, ideal para encerrar uma noite de degredo solidário.
É de aplaudir e apoiar estas iniciativas levadas a cabo pelo pessoal da Corrosion e da Todos por um Benefit Booking, que fazem questão de nos trazem eventos denotados pela sua qualidade e também nos relembram que numa época cheia de ativismo de sofá, ainda há quem dê a cara a defender as causas em que acreditam.
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