Texto: Bernardo Sampaio
Fotos: Lais Pereira
O concerto começou por volta das 23:45, com a sala repleta até ao mais ínfimo canto. Tocando o álbum “Älma” na íntegra e fechando a noite com o apropriado “Noite”, os primeiros acordes de “Aqui em baixo a alma mede-se com mãos cheias de pedras” fizeram silenciar quem ainda trocava palavras por entre o público. As texturas viscerais da primeira música do registo datado de 2009 anunciaram o que já nos dava uma certa saudade de escutar: a construção cinemática, sem pressas, de estruturas que nos levam a abanar a cabeça cada vez que a poderosa bateria ecoa através dos seus gritantes pratos e tenebrosos timbalões. Desde então, não se ouviu uma palavra de distração que fosse, até porque teriam o desafio hercúleo de se sobrepôr às paredes de som criadas pelos quatro músicos: Luís Pestana e Pedro Barceló nas guitarras, Ricardo Remédio nos sintetizadores e João Vairinhos na bateria (membro original da banda mas a substituir esta noite o baterista João Seixas, que completa agora a alcateia.)
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“Por fim só. Livre” revela um misterioso crescendo, brilhantemente trabalhado, através da troca de melodias atmosféricas de guitarra a contrastar com os poderosos acordes de guitarra e texturas sombrias criadas pelo sintetizador, características das suas raízes doom e post-metal. O apogeu do tema resolve então em melodias épicas, notas que ecoam e perduram no seu sonante esplendor, criando o ambiente a que os Löbo nos vão habituando desde 2007.
A noite foi fechada a chave de ouro com “Noite”, uma composição de 2010 mas que de datada não tem nada, como pudemos confirmar pela prestação. O set foi relativamente curto, com o público a pedir por mais. A nova digressão que preparam trará novas oportunidades para satisfazer os pedidos: 14 de Outubro no Porto com Memoirs of a Secret Empire e dia 15 de Outubro em Viseu, a propósito do OMG Fest. Relembramos também que Älma foi relançado em cassete pela Signal Rex, e sairá em breve uma edição em vinil, numa colaboração desta editora com a Ring Leader.