O concerto de HochiminH, inserido nesta digressão de despedida dos MTaT, marca o regresso da banda de Beja à atividade, qual dicotomia vida/morte. Cumprindo com um concerto intenso e com uma sala 2 já muito bem composta, bastante recetiva à hábil arte do headbang, foi certamente o concerto mais melódico mas não de todo o menos intenso. Do início ao fim, assistiu-se a um constante debitar de riffs enérgicos, embebidos em punk e hardcore, bateria pujante e uma presença verdadeiramente assombrosa de Skatro na voz do quinteto. Ficamos a aguardar pela gravação a ser editada após o Verão.
Usa o rato para navegares pelos slideshows
|
Pouco depois das 23h, subiram ao palco os Hills Have Eyes. Com um alinhamento apoiado no último lançamento da banda, “Antebellum” de 2015, não faltaram grandes composições como “The Outspoken King”, “Antebellum”, assim como malhas do material mais antigo. O piso da sala sofreu, quer pela intensidade das ondas sonoras carregadas de graves, quer pela imensa atividade sísmica que se verificava entre os presentes de todas as idades e backgrounds, incluindo bastantes estrangeiros. Uma enorme prestação do coletivo, que se prepara para se assumir como o projeto musical em atividade de referência no que toca ao metalcore português, agora que o fim dos colossos que tocariam a seguir foi anunciado.
Seria a partir daqui que o concerto começaria a tomar contornos de despedida, após mais de uma hora de devastação sonora. Após estes êxitos, provavelmente tocados pela última vez na Invicta, uma cortina de melancolia descia sobre os presentes. Toda a banda, exceto Vasco Ramos munido de guitarra, abandonaram o palco, para o momento mais calmo da noite, com “In Loving Memory”, com direito a isqueiros no ar e muitos aplausos da plateia. Após este momento mais intimista, a banda mete a 5ª e após um breve discurso de despedida, a banda avança para o encore, onde estão reservadas as míticas “Roadsick” e “No Bad Blood”. Não, Vasco, com um legado destes, nunca serão esquecidos. Os homens passam, mas a obra fica. Isto é o que vocês foram, são e serão: uma das bandas mais importantes do país, que carregou o estandarte do metal português por todos os continentes deste mundo.
Indubitavelmente uma das melhores noites de música pesada na Invicta em 2016. Uma pena que uma das bandas que mais contribuiu para isso não possa repetir a façanha num futuro próximo. Até sempre, More Than a Thousand. Foi uma viagem e tanto.