Conhecido pelo seu trabalho em inúmeros projetos como IRAE, Decayed, Morte Incandescente ou Scum Liquor, a força de Vulturius parece não ser inesgotável. Em entrevista à Portuguese Distortion, o músico falou um pouco sobre o seu percurso, as diferentes bandas e de que forma olha para a cena nacional e o seu estado atual.
Entrevista por: Lisandro Jesus
Entrevista por: Lisandro Jesus
Portuguese Distortion - Como é que consegues conjugar tantas bandas (IRAE, Decayed, Morte Incandescente e Scum Liquor) ao mesmo tempo? É um atrativo para ti ter bastantes projetos para trabalhar diariamente?
Vulturius - Boa pergunta, às vezes nem eu sei. As coisas vão acontecendo e como não ensaio todos os dias ou todas as semanas com todas as bandas, é possível fazer tudo. E cada uma funciona de forma diferente e ao seu ritmo.
Irae é um projeto só meu, portanto não existem datas nem regras. Acontece muito por impulso. Em Morte Incandescente, eu e o NH fazemos tudo em conjunto. Em Scum Liquor, trago umas ideias de casa e depois desenvolvemo-las em estúdio. Decayed é o projeto do J.A. e é ele que compõe as músicas e as letras. Eu gravo o baixo e a voz, e depois só ensaiamos para tocar ao vivo.
PD - Flagellum Dei foi a tua primeira experiência oficial, digamos assim. Podes dizer-nos como surgiu esse fascínio pela música, mais concretamente pelo Black Metal?
V - Tudo começou mais ou menos por volta de 95, quando descobri o Black Metal através de amigos. Fomos descobrindo aquilo em conjunto, com os poucos meios que havia na altura. Foi uma coisa que me cativou imediatamente - pela mística e pelo lado negro, da vida e do homem. Mas antes disso já ouvia algumas bandas de Heavy Metal, e lembro-me perfeitamente que, na altura, a minha banda favorita era Sepultura. E posso dizer que ouvia o “Beneath the Remains” e o “Arise” quase todos os dias. E também porque não tinha muitos mais discos (risos).
Depois dessa altura, também em conjunto com os mesmos amigos, pelo fascínio pela música decidimos ir comprar uns instrumentos e formar uma banda. Foi assim que eu comecei a tocar e que surgiu o pseudónimo Vulturius. Tudo aconteceu no mesmo ano. Dois anos mais tarde, essa banda desmantelou-se devido a divergências musicais. Mas eu continuei com o Black Metal na minha cabeça até que, por incrível que pareça, conheci o Sepulcral Wings e o Nefastus, que moravam no mesmo bairro que eu. Eles eram mais velhos do que eu, e convidaram-me para entrar para os Flagellum Dei, que ainda não tinha o line up completo. E lembro-me perfeitamente que o primeiro ensaio de Flagellum Dei foi na sexta-feira santa de 98.
Vulturius - Boa pergunta, às vezes nem eu sei. As coisas vão acontecendo e como não ensaio todos os dias ou todas as semanas com todas as bandas, é possível fazer tudo. E cada uma funciona de forma diferente e ao seu ritmo.
Irae é um projeto só meu, portanto não existem datas nem regras. Acontece muito por impulso. Em Morte Incandescente, eu e o NH fazemos tudo em conjunto. Em Scum Liquor, trago umas ideias de casa e depois desenvolvemo-las em estúdio. Decayed é o projeto do J.A. e é ele que compõe as músicas e as letras. Eu gravo o baixo e a voz, e depois só ensaiamos para tocar ao vivo.
PD - Flagellum Dei foi a tua primeira experiência oficial, digamos assim. Podes dizer-nos como surgiu esse fascínio pela música, mais concretamente pelo Black Metal?
V - Tudo começou mais ou menos por volta de 95, quando descobri o Black Metal através de amigos. Fomos descobrindo aquilo em conjunto, com os poucos meios que havia na altura. Foi uma coisa que me cativou imediatamente - pela mística e pelo lado negro, da vida e do homem. Mas antes disso já ouvia algumas bandas de Heavy Metal, e lembro-me perfeitamente que, na altura, a minha banda favorita era Sepultura. E posso dizer que ouvia o “Beneath the Remains” e o “Arise” quase todos os dias. E também porque não tinha muitos mais discos (risos).
Depois dessa altura, também em conjunto com os mesmos amigos, pelo fascínio pela música decidimos ir comprar uns instrumentos e formar uma banda. Foi assim que eu comecei a tocar e que surgiu o pseudónimo Vulturius. Tudo aconteceu no mesmo ano. Dois anos mais tarde, essa banda desmantelou-se devido a divergências musicais. Mas eu continuei com o Black Metal na minha cabeça até que, por incrível que pareça, conheci o Sepulcral Wings e o Nefastus, que moravam no mesmo bairro que eu. Eles eram mais velhos do que eu, e convidaram-me para entrar para os Flagellum Dei, que ainda não tinha o line up completo. E lembro-me perfeitamente que o primeiro ensaio de Flagellum Dei foi na sexta-feira santa de 98.
PD - Vamos avançar no tempo e falar sobre o novo trabalho dos Decayed, "Into the Depths of Hell". As críticas, pelo que me tenho apercebido, têm sido bastante positivas. Podes falar um pouco sobre este último projeto?
V - Em 2011, soube que o J.A. estava à procura de pessoal para Decayed e, como sempre curti a banda, que sempre teve um cariz muito próprio, falei com ele e disse que gostava de fazer parte da história de Decayed. Para mim, é a banda mais antiga de Black Metal em Portugal e das poucas que continuam a praticá-lo como manda a lei.
Quanto ao álbum, surgiu um pouco sem querer. Como disse, o J.A. compõe as músicas, e tinha um leque de temas para um Ep ou Split. Aquilo acabou por se alongar, e acabámos por fazer daquilo um álbum.
PD - IRAE é o projeto que mais te dá orgulho como músico, ou se quisermos chamar, um símbolo máximo daquilo que já criaste. Há planos para o futuro?
V - Irae é um símbolo da minha intolerância e ódio para com a humanidade, e às vezes até para comigo próprio. É por isso que não é fácil atingir o estado de espírito necessário para conseguir criar tudo aquilo que Irae significa para mim.
Eu nunca traço muitos planos para futuro, mas tenho uns lançamentos programados – um álbum, um Ep e dois Splits.
PD - Tenho perguntado a todas as bandas que entrevistei até ao momento o que acham ou qual a opinião que estes têm sobre o Metal em Portugal. Achas que a cena está para durar?
V - Sempre estive atento às bandas de metal portuguesas e, desde os anos 90, que vejo muitas bandas a aparecer e a desaparecer. Umas boas, outras más, mas acho que o metal em Portugal é um reflexo daquilo que é lá fora, mas num ponto mais pequeno. Há muito pessoal no metal, mas se calhar há pouca gente a tocar o mesmo estilo de música. Por exemplo, no Black Metal há poucas bandas a tocar aquele que considero ser o verdadeiro Black Metal. Existem muitas bandas de Death e Grind, e penso que até estão um pouco na moda. É “fixe” e é bailarico... Uma coisa que eu reparei é, que nos últimos anos, começaram a aparecer mais bandas que tocam Heavy Metal à moda antiga. E isso é bom e preserva o Metal. Para além disso tem havido uma boa corrente de concertos e boa adesão,resumindo e concluindo penso que nunca se apoiou tanto o metal nacional como apoia hoje em dia.
V - Em 2011, soube que o J.A. estava à procura de pessoal para Decayed e, como sempre curti a banda, que sempre teve um cariz muito próprio, falei com ele e disse que gostava de fazer parte da história de Decayed. Para mim, é a banda mais antiga de Black Metal em Portugal e das poucas que continuam a praticá-lo como manda a lei.
Quanto ao álbum, surgiu um pouco sem querer. Como disse, o J.A. compõe as músicas, e tinha um leque de temas para um Ep ou Split. Aquilo acabou por se alongar, e acabámos por fazer daquilo um álbum.
PD - IRAE é o projeto que mais te dá orgulho como músico, ou se quisermos chamar, um símbolo máximo daquilo que já criaste. Há planos para o futuro?
V - Irae é um símbolo da minha intolerância e ódio para com a humanidade, e às vezes até para comigo próprio. É por isso que não é fácil atingir o estado de espírito necessário para conseguir criar tudo aquilo que Irae significa para mim.
Eu nunca traço muitos planos para futuro, mas tenho uns lançamentos programados – um álbum, um Ep e dois Splits.
PD - Tenho perguntado a todas as bandas que entrevistei até ao momento o que acham ou qual a opinião que estes têm sobre o Metal em Portugal. Achas que a cena está para durar?
V - Sempre estive atento às bandas de metal portuguesas e, desde os anos 90, que vejo muitas bandas a aparecer e a desaparecer. Umas boas, outras más, mas acho que o metal em Portugal é um reflexo daquilo que é lá fora, mas num ponto mais pequeno. Há muito pessoal no metal, mas se calhar há pouca gente a tocar o mesmo estilo de música. Por exemplo, no Black Metal há poucas bandas a tocar aquele que considero ser o verdadeiro Black Metal. Existem muitas bandas de Death e Grind, e penso que até estão um pouco na moda. É “fixe” e é bailarico... Uma coisa que eu reparei é, que nos últimos anos, começaram a aparecer mais bandas que tocam Heavy Metal à moda antiga. E isso é bom e preserva o Metal. Para além disso tem havido uma boa corrente de concertos e boa adesão,resumindo e concluindo penso que nunca se apoiou tanto o metal nacional como apoia hoje em dia.