"Tales [For The Unspoken], quando entrei, tinha 4 países diferentes em 5 membros, mas todos falamos duas línguas comuns: Português e Música, e como tal sempre foi uma coisa que nos identificou como banda. Todos diferentes, todos iguais… as fronteiras são cenas que nem deviam existir."
Entrevista por: Lisandro Jesus
Entrevista por: Lisandro Jesus
Portuguese Distortion - A banda teve início em 2007, mas tu não foste fundador nem o primeiro vocalista. Conta-me como é que entraste para os Tales e como é a experiência de partilhar o palco com elementos de outras Nacionalidades?
Marco Fresco - Boas malta, antes de mais, obrigado pela oportunidade de poder vir aqui trocar umas palavras com vocês, é sempre de valor este tipo de webzine e um gosto poder ajudar quem nos ajuda a nós. Voltando ao Ano de 2008 que foi basicamente o ano em que entrei para Tales… eu, já na altura, há muitos anos que era vocalista de bandas de metal. Toquei em outros projectos e era basicamente um vocalista de Black Metal. Tales não se enquadrava em nada com o meu tipo de voz… o antigo vocalista tinha uma voz limpa, o som não se adaptava a gutural e eles queriam mudar, queriam uma voz mais forte. Em 2008 fui ao Hellfest com o Guilherme e na altura disse-lhe que se fossem gravar alguma coisa, para me convidar que eu “mandava lá uns berros”.
Poucas semanas depois, o vocalista quis abandonar o projecto. Tales era um embrião na altura, tinham dado meia dúzia de concertos e tinham gravado uma demo de 5 temas. Eles contactaram-me para uma audição e foi aí que tudo começou. Eu, apesar de não ser um dos fundadores da banda, considero-me como tal, pois participei em todos os álbuns e sempre dei a alma pela banda. Aliás, foi após a minha entrada que se começou a levar este projecto como um colectivo coeso. Na altura éramos a única banda activa de Metal em Coimbra. Felizmente hoje isso já não se verifica.
A experiência de partilhar o palco com elementos de outras nacionalidades é uma questão que tens de fazer a outra pessoa [ehehehe]… para mim sempre foi o mesmo que tocar com membros portugueses… foi um acaso que aconteceu. Tales, quando entrei, tinha 4 países diferentes em 5 membros, mas todos falamos duas línguas comuns: Português e Música, e como tal sempre foi uma coisa que nos identificou como banda. Todos diferentes, todos iguais… as fronteiras são cenas que nem deviam existir.
PD - Consideras que houve uma evolução entre o Alchemy, o primeiro álbum, e o CO2, o mais recente?
MF - Evolução, claro que sim. Este é um álbum muito mais maduro em tudo, também o considero mais pesado, devido a vários factores. Primeiro porque passamos a contar com mais uma corda em todos os instrumentos de cordas e isso fez o som mais grave e poderoso, na minha opinião. Depois temos músicas mais “paulada” que no primeiro e deixámos o som fluir mais. Uma das coisas que são a imagem da banda, são as nossas bruscas mudanças de ritmo e tempo. Neste álbum continuamos com a mesma temática… simplesmente deixámos os riffs fluírem mais que no anterior. Mas, como já disse, acima de tudo está um álbum mais maduro! É a continuação do som que fazemos, pensamos que seja a evolução lógica, nota-se que é a mesma banda e ao mesmo tempo parece outra. Estamos muito contentes com este álbum, a nível vocal também experimentei coisas novas que até então não tinha usado e tentei usar tudo o que se enquadrava no som que temos. Num estilo que existem milhões de bandas a tentarem ser originais e outros milhões a tentarem ser o mais puristas possível, nós tentamos criar o nosso som próprio.
PD - Como é que tem sido a reação do público aos concertos dos Tales. O feedback tem sido positivo?
MF - Porra, este ano tem sido incrível… sinceramente penso que sempre demos o nosso melhor em palco e nunca tivemos uma reacção má no geral aos nossos concertos. Mas com a chegada deste “Ar Fresco” chamado “CO2” [esta foi boa ahahahah] o público tem estado on fire nos nossos concertos e isso faz com que nós ainda consigamos dar mais de nós. Esta é uma banda para tocar ao vivo, não consigo imaginar-me fora de um palco muito tempo e é esse o principal objectivo da banda: tocar!
Este ano fizemos uma gestão de agenda de modo a conseguirmos tocar o máximo possível no país todo. Conseguimos marcar uma tour nacional bastante grande, e cada vez que tocamos surgem mais convites. Penso que tenha sido o feedback mais positivo de sempre, o que mostra que estes 8 anos a pisar o palco juntos fazem com que o nosso espetáculo seja cada vez melhor. Mas não queremos parar por aqui e queremos ainda conseguir melhor… é para isso que trabalhamos todos os dias.
PD - Na fase inicial da preparação do último álbum, "perderam" o Guilherme para os Destroyers Of All. Como foi a adaptação a um novo baixista e quais as ideias que ele trouxe para a banda?
MF - Pois, foi verdade… esses malvados levaram o Guilherme, pediram resgate… mas esta banda é só tesos e tivemos de arranjar outro [heheheh]. Na realidade não havia cerveja que chegasse para todos e tivemos de fazer par ou ímpar para alguém sair da banda. No entanto, chegou o Raimundo e voltámos ao mesmo… não há maneira disto evoluir neste sentido [risos]
Agora falando um pouco mais sério, o Guilherme saiu no início do processo de criação do CO2, e abraçou por completo os “Destroyers of All”, uma banda feita de amigos, que a meu ver é das melhores nacionais. Entretanto, entrou o Raimundo para o baixo. Ele já era amigo nosso do tempo em que esteve a ajudar os “Terror Empire” e já sabíamos que ele era um músico com M maiúsculo. A adaptação dele foi do melhor… não podia ter sido mais fácil trabalhar com ele e com que ele entrasse no espírito que nós temos na banda. A parte que mais receio tínhamos, era que ele entrasse para a banda como baixista, mas a pensar como guitarrista, visto ser o instrumento de origem dele. Mas surpreendeu-nos… ele entrou como baixista e nem notámos essa adaptação a um novo instrumento. Começou a compor como baixista e entrou mesmo na parte criativa deste álbum. É um baixista muito versátil e ao vivo é um monstro de palco. Nós estávamos muito habituados ao Guilherme, pois já estava connosco desde o início, mas penso que com a entrada do Raimundo, tanto os Tales como os Destroyers ficaram a ganhar, porque nenhuma ficou para trás… antes pelo contrário, deu para as duas bandas evoluírem a olhos vistos.
PD - Para terminar, dia 26 temos um novo clip da banda, que sucede à extremamente bem conseguida "Possessed". Fala-nos um pouco desta novidade.
MF - Bem, dia 26 lançamos mais um vídeo e é um passo importante para nós. Este vídeo foi gravado exactamente pelo mesmo realizador da “Possessed”. A meu ver este, é o melhor de todos os nossos vídeos… está um vídeo muito bem conseguido com uma pitada de Terror/Comédia e um festejar ao underground nacional. Nesta vida de músico, a melhor coisa são os amigos que vamos fazendo na estrada, tanto público, como malta das banda, pessoal da webzines, rádios etc.. todo este movimento é o nosso dia-a-dia e, como tal, no vídeo vão reparar que o espírito nacional do underground está lá todo… nós queremos é boa música, copos e fazer amigos. Espero que a malta curta o vídeo.
Vamos andar por aí na estrada e por isso espero que nos cruzemos num gig qualquer… aproveito estas últimas palavras para dizer para continuarem a apoiar o metal nacional! Se houver um concerto de metal, vão… mesmo que não curtam a banda, porque só assim irá continuar a haver concertos e na próxima talvez lá esteja a banda que queiram ver! SIGAA!!!
Marco Fresco - Boas malta, antes de mais, obrigado pela oportunidade de poder vir aqui trocar umas palavras com vocês, é sempre de valor este tipo de webzine e um gosto poder ajudar quem nos ajuda a nós. Voltando ao Ano de 2008 que foi basicamente o ano em que entrei para Tales… eu, já na altura, há muitos anos que era vocalista de bandas de metal. Toquei em outros projectos e era basicamente um vocalista de Black Metal. Tales não se enquadrava em nada com o meu tipo de voz… o antigo vocalista tinha uma voz limpa, o som não se adaptava a gutural e eles queriam mudar, queriam uma voz mais forte. Em 2008 fui ao Hellfest com o Guilherme e na altura disse-lhe que se fossem gravar alguma coisa, para me convidar que eu “mandava lá uns berros”.
Poucas semanas depois, o vocalista quis abandonar o projecto. Tales era um embrião na altura, tinham dado meia dúzia de concertos e tinham gravado uma demo de 5 temas. Eles contactaram-me para uma audição e foi aí que tudo começou. Eu, apesar de não ser um dos fundadores da banda, considero-me como tal, pois participei em todos os álbuns e sempre dei a alma pela banda. Aliás, foi após a minha entrada que se começou a levar este projecto como um colectivo coeso. Na altura éramos a única banda activa de Metal em Coimbra. Felizmente hoje isso já não se verifica.
A experiência de partilhar o palco com elementos de outras nacionalidades é uma questão que tens de fazer a outra pessoa [ehehehe]… para mim sempre foi o mesmo que tocar com membros portugueses… foi um acaso que aconteceu. Tales, quando entrei, tinha 4 países diferentes em 5 membros, mas todos falamos duas línguas comuns: Português e Música, e como tal sempre foi uma coisa que nos identificou como banda. Todos diferentes, todos iguais… as fronteiras são cenas que nem deviam existir.
PD - Consideras que houve uma evolução entre o Alchemy, o primeiro álbum, e o CO2, o mais recente?
MF - Evolução, claro que sim. Este é um álbum muito mais maduro em tudo, também o considero mais pesado, devido a vários factores. Primeiro porque passamos a contar com mais uma corda em todos os instrumentos de cordas e isso fez o som mais grave e poderoso, na minha opinião. Depois temos músicas mais “paulada” que no primeiro e deixámos o som fluir mais. Uma das coisas que são a imagem da banda, são as nossas bruscas mudanças de ritmo e tempo. Neste álbum continuamos com a mesma temática… simplesmente deixámos os riffs fluírem mais que no anterior. Mas, como já disse, acima de tudo está um álbum mais maduro! É a continuação do som que fazemos, pensamos que seja a evolução lógica, nota-se que é a mesma banda e ao mesmo tempo parece outra. Estamos muito contentes com este álbum, a nível vocal também experimentei coisas novas que até então não tinha usado e tentei usar tudo o que se enquadrava no som que temos. Num estilo que existem milhões de bandas a tentarem ser originais e outros milhões a tentarem ser o mais puristas possível, nós tentamos criar o nosso som próprio.
PD - Como é que tem sido a reação do público aos concertos dos Tales. O feedback tem sido positivo?
MF - Porra, este ano tem sido incrível… sinceramente penso que sempre demos o nosso melhor em palco e nunca tivemos uma reacção má no geral aos nossos concertos. Mas com a chegada deste “Ar Fresco” chamado “CO2” [esta foi boa ahahahah] o público tem estado on fire nos nossos concertos e isso faz com que nós ainda consigamos dar mais de nós. Esta é uma banda para tocar ao vivo, não consigo imaginar-me fora de um palco muito tempo e é esse o principal objectivo da banda: tocar!
Este ano fizemos uma gestão de agenda de modo a conseguirmos tocar o máximo possível no país todo. Conseguimos marcar uma tour nacional bastante grande, e cada vez que tocamos surgem mais convites. Penso que tenha sido o feedback mais positivo de sempre, o que mostra que estes 8 anos a pisar o palco juntos fazem com que o nosso espetáculo seja cada vez melhor. Mas não queremos parar por aqui e queremos ainda conseguir melhor… é para isso que trabalhamos todos os dias.
PD - Na fase inicial da preparação do último álbum, "perderam" o Guilherme para os Destroyers Of All. Como foi a adaptação a um novo baixista e quais as ideias que ele trouxe para a banda?
MF - Pois, foi verdade… esses malvados levaram o Guilherme, pediram resgate… mas esta banda é só tesos e tivemos de arranjar outro [heheheh]. Na realidade não havia cerveja que chegasse para todos e tivemos de fazer par ou ímpar para alguém sair da banda. No entanto, chegou o Raimundo e voltámos ao mesmo… não há maneira disto evoluir neste sentido [risos]
Agora falando um pouco mais sério, o Guilherme saiu no início do processo de criação do CO2, e abraçou por completo os “Destroyers of All”, uma banda feita de amigos, que a meu ver é das melhores nacionais. Entretanto, entrou o Raimundo para o baixo. Ele já era amigo nosso do tempo em que esteve a ajudar os “Terror Empire” e já sabíamos que ele era um músico com M maiúsculo. A adaptação dele foi do melhor… não podia ter sido mais fácil trabalhar com ele e com que ele entrasse no espírito que nós temos na banda. A parte que mais receio tínhamos, era que ele entrasse para a banda como baixista, mas a pensar como guitarrista, visto ser o instrumento de origem dele. Mas surpreendeu-nos… ele entrou como baixista e nem notámos essa adaptação a um novo instrumento. Começou a compor como baixista e entrou mesmo na parte criativa deste álbum. É um baixista muito versátil e ao vivo é um monstro de palco. Nós estávamos muito habituados ao Guilherme, pois já estava connosco desde o início, mas penso que com a entrada do Raimundo, tanto os Tales como os Destroyers ficaram a ganhar, porque nenhuma ficou para trás… antes pelo contrário, deu para as duas bandas evoluírem a olhos vistos.
PD - Para terminar, dia 26 temos um novo clip da banda, que sucede à extremamente bem conseguida "Possessed". Fala-nos um pouco desta novidade.
MF - Bem, dia 26 lançamos mais um vídeo e é um passo importante para nós. Este vídeo foi gravado exactamente pelo mesmo realizador da “Possessed”. A meu ver este, é o melhor de todos os nossos vídeos… está um vídeo muito bem conseguido com uma pitada de Terror/Comédia e um festejar ao underground nacional. Nesta vida de músico, a melhor coisa são os amigos que vamos fazendo na estrada, tanto público, como malta das banda, pessoal da webzines, rádios etc.. todo este movimento é o nosso dia-a-dia e, como tal, no vídeo vão reparar que o espírito nacional do underground está lá todo… nós queremos é boa música, copos e fazer amigos. Espero que a malta curta o vídeo.
Vamos andar por aí na estrada e por isso espero que nos cruzemos num gig qualquer… aproveito estas últimas palavras para dizer para continuarem a apoiar o metal nacional! Se houver um concerto de metal, vão… mesmo que não curtam a banda, porque só assim irá continuar a haver concertos e na próxima talvez lá esteja a banda que queiram ver! SIGAA!!!